Regime cambial dos anos 90 em debate

por Leandro Marlon

O Grupo de Estudos de Economia Política do Imperialismo e o Laboratório de Estudos de História e Relações Internacionais (LEHRI) realizaram, no último dia 3, a palestra Regime cambial e desempenho macroeconômico: as experiências da Argentina, México e Brasil nos anos 90.


O debate sobre o livro, de mesmo título, que foi tese de doutorado do professor Marcelo Pereira Fernandes, presente como principal expositor, empolgou os presentes. A mesa foi composta ainda pelo professor Alexandre Jerônimo de Freitas, do curso de Economia da UFRRJ; e Pedro Campos, de Relações Internacionais e coordenador do LEHRI.

Marcelo Fernandes em foto de Leandro Marlon
A palestra foi, também, uma experiência enriquecedora para o entendimento das relações entre os países latinos com a economia mundial e ainda das medidas que foram tomadas.
Existe a expectativa do evento acontecer mensalmente e ser aberto a toda a comunidade do ICHS, visto que o auditório estava cheio, conforme salientou Pedro Campos:

– É importante a aproximação das áreas de saber do ICHS, em especial das Ciências Sociais, Relações Internacionais, História, Economia, entre outras.

A palestra foi conduzida pela interdisciplinaridade dos conceitos econômicos e pela apresentação das dificuldades das pesquisas nos diversos campos das ciências sociais.

Marcelo Fernandes afirmou que os “espinhos” devem-se às teorias utilizadas nas pesquisas e sobre a cientificidade exercida.

– A Economia é uma ciência, mesmo com as críticas. A prova está no foco de meu livro: três experiências localizadas em espaços diferentes e que com um mesmo remédio produziram resultados semelhantes.

Para a garantia do entendimento de alguns conceitos-chave, Marcelo Fernandes apresentou definições e exemplificações mais diretas para os termos de sua pesquisa, como o de ancoragem cambial.

– É a busca pela estabilidade dos preços para combater a inflação. A âncora tem de ser estável e, na América Latina, foi o dólar. O pensamento é claro: se o dólar é estável, sua moeda também será; ou pelo menos a ideia de ser.

Alexandre Freitas em foto de Leandro Marlon
Alexandre de Freitas afirmou a necessidade de olhar criticamente as informações obtidas.

– A junção da história dos processos é necessária para entender crises que ocorreram e medidas tomadas pelos governos. E nisso a pesquisa do Marcelo é fundamental, pois permite compreender que as práticas cambiais também são de interesse político.

Neste sentido, o evento levantou um debate crítico sobre a temática cambial proposta. Salientou ainda as razões das crises nos países estudados e suas justificativas governamentais. Em síntese: apresentou os dois lados da prática cambial adotada e, com isso, estimulou os presentes à reflexão.

Os interessados na temática podem procurar a Paco Editorial e procurar o livro de Marcelo Fernandes, Regime cambial e desempenho macroeconômico: as experiências da Argentina, México e Brasil nos anos 90.

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